terça-feira, 8 de julho de 2008

CARTA DA JPT AOS DIRETÓRIOS MUNICIPAIS

O Partido dos Trabalhadores precisa compreender as relações às quais a juventude está submetida. A condição juvenil não é determinada por comportamento, ela se fundamenta em componentes sociais, culturais e geracionais que designam aos jovens a ocupação de um lugar específico na sociedade.
Devemos compreender a juventude como um contingente populacional específico, uma categoria social peculiar, demandando a adoção de políticas públicas universais e setoriais. Devemos compreender os jovens como atores sociais que influenciam e são influenciados pelo meio social no qual se inserem.
O acúmulo histórico que a juventude petista tem desde a fundação do Partido aponta nitidamente a visão do jovem como sujeito político e sujeito de direitos.
Por inúmeras razões a juventude é percebida atualmente como uma questão prioritária e como crescente fonte de preocupação. De um lado o foco está apontado para as questões sociais, que têm os jovens como vítimas ou causadores de determinados problemas, e de outro lado são vistos como a esperança de novos caminhos para nosso desenvolvimento do país.
Uma das razões dessa visibilidade está no fato que este grupo etário nunca foi tão numeroso, em termos absolutos, como é hoje. Segundo IBGE, 50,5 milhões, ou seja, mais de um quarto da população do país, têm entre 15 e 29 anos.
Todavia, o Estado não se preparou para receber adequadamente esse enorme contingente. A oferta de bens e serviços públicos é insuficiente para atender toda a demanda e a isso se soma o baixo conhecimento dos poderes públicos sobre a realidade juvenil o que tem provocado um desencontro entre as demandas dos jovens e as políticas públicas.
A situação é alarmante: os jovens em idade de trabalhar encontram barreiras para conseguir e manter uma atividade remunerada. Além disso, enfrentam sérias dificuldades para concluir os estudos e ingressar na universidade. A juventude é, também, como vítima ou agressora, a principal protagonista da violência nos grandes centros urbanos.
Neste ano teremos eleições municipais, que deverão ser um momento de ampla organização dos jovens petistas, se constituindo em um espaço de disputa da hegemonia na sociedade e de discussão sobre a política para a juventude. É importante que estabeleçamos algumas metas de curto prazo e uma delas deverá ser a de elegermos o maior número possível de jovens petistas no próximo pleito.
A incidência do PT nestas eleições deve apontar a necessidade de subsidiar candidaturas jovens, o que será determinante para a vitória do Partido, a organização da JPT, seu fortalecimento para os demais confrontos que virão na luta de classes, o combate ao capitalismo e a construção do socialismo.
Nossa meta imediata é estabelecer um canal de diálogo prioritário com o segmento jovem dos municípios. Isto nos permitirá construir políticas universais e setoriais a partir das demandas apresentadas pelos jovens e suas diferentes realidades, prezando pela diversidade da vivência juvenil, e fortalecer a participação da juventude na formulação, execução e avaliação das políticas de juventude, o que, comprovadamente, amplia sua eficácia. Ademais, a se considerar o contingente populacional, o número de eleitores jovens é significativo. Porém, na última década diminuiu o número de jovens de 16 e 17 anos que optaram por votar, uma realidade que precisamos alterar, aproveitando a mobilização do período eleitoral.
Neste sentido convocamos os Diretórios Municipais e os GTE a encampar, junto com a JPT, as seguintes metas prioritárias:
a) Incentivar e lançar candidaturas jovens: devemos dar todo o suporte político para a viabilidade as candidaturas jovens, garantindo também o aporte logístico e estrutural necessários;
b) Incluir jovens nos Grupos de Trabalho Eleitorais (GTE) e nas coordenações de campanhas proporcionais e majoritárias: compreendendo os jovens como sujeitos políticos do partido, nossa incorporação nos processos decisórios contribui para a superação da noção de envolvimento da juventude como braço tarefeiro nas disputas;
c) Promover atividades de capacitação eleitoral e de gestão pública para jovens: devem ser organizadas visando à vitória nas eleições, a aplicação do programa eleito, a elaboração de políticas de juventude e a formação política de novos quadros;
d) Elaborar programas de governo e plataformas eleitorais na temática de juventude: estabelecer um programa para os/as jovens no município a fim de municiar com elementos programáticos não só as candidaturas de juventude, mas todas as candidaturas majoritárias e proporcionais petistas;
e) Realizar o mapeamento das candidaturas jovens: enviar aos GTE estaduais as listas de candidaturas jovens proporcionais e majoritárias para garantir o contato e o acompanhamento;

A participação de todo o PT é elemento chave para a inserção da juventude no centro da política partidária, a formação de novos quadros, a transição de gerações, a organização da JPT, o diálogo com a juventude brasileira, a implementação de um programa profundamente transformador e a construção contínua e permanente do socialismo.

Severine Macedo
Secretária Nacional da JPT

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