quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Guerra, Gilmar Mendes, Rede Globo e MST



É notório que o mundo está cada vez mais vem rejeitando o confronto armado, mais especificamente a guerra. O exemplo foi à derrota de um presidente Estadunidense que teve sua ascensão a casa branca com o discurso bélico, sua saída é marcada com uma rejeição histórica e com a caracterização mundial do homem da guerra e a guerra como coisa ruim. Não foi somente ele o afetado pela rejeição, seu partido, Republicano (conservadores), aos poucos está diminuindo, junto à prática belicista de um Estado que se considera império, não quero com isso levantar expectativas em relação ao novo presidente e ao futuro daquele país, nem mesmo considerar que a guerra foi a única responsável pela derrota de Bush, mas, certamente foi primordial. É possível ver também as manifestações mundiais contra Israel por sua violenta ação em relação aos Palestinos, várias pessoas de vários países do mundo inteiro saíram às ruas para pedir o cessar fogo. Talvez se estivéssemos no início do século XX essa onda contra a guerra não teria muito eco, as pessoas, mais facilmente, aderiam aos discursos inflamados e nacionalistas de chefes de estados que em sua maioria apareciam com objetivos obscuros e colocavam nações contra nações.
O que quero dizer com isso, é que, a prática armada está na contramão de um sentimento mundial de ante-guerra, mas, não quero tapar o sol com a peneira.
Não é só a prática armada que tiram vidas, o superfaturamento de bancos, a falta de crédito, o repasse de verbas públicas ao setor privado sem garantias, o cassino do sistema financeiro, o desaceleramento da economia que é a conseqüência dos demais citados acima, a corrupção, o superávit primário, o enfraquecimento do Estado como tutor das políticas estratégicas e essenciais, o ataque frontal ao meio ambiente e recursos naturais, a perda de direitos do trabalhador. Talvez pudéssemos chamar tudo isso de neoliberalismo, mas, seria muito fácil culpar palavras, o importante é apontar quem direcionou e continua em maior ou menor escala direcionando os rumos do globo. As corporações multinacionais que inclui-se os banqueiros são responsáveis por uma série de assassinatos e crimes contra a humanidade, entre os maiores, a miserabilidade de bilhões da nossa espécie, agora, se dizem falidos, e precisam da mão daquele que eles tanto atacaram o ESTADO. Onde estão os responsáveis por todos esses crimes??? Presos???
Não!!! Estão recebendo dinheiro do contribuinte, ou seja, público, para continuar direcionando, em maior ou menor grau nossas vidas e nossos créditos.

A violência no campo não é novidade no Brasil, como não é novidade a grilagem de terra e também não é novidade a falta de reforma agrária mais contundente.
Nesses últimos dias, o MST fez uma série de ocupações, numa delas ouve confronto, morreram quatro capangas de fazendeiros.
É triste que isso tenha acontecido, afinal, quando um país perde vidas para a violência, todos nós perdemos.
O fato também nos leva a indagações, porque isso acontece? Como se chega a esse ponto?
A telinha (globo) tenta passar a imagem que isso tudo está relacionado a forma de agir do MST, ou seja, violento, sanguinário, lobo mau, Drácula, bicho papão, comunista (aquele que come criancinha) etc...
O MST, considerado mundialmente como um dos movimentos mais organizados e sensíveis com a causa da terra, surge no confronte e vivem em confrontos, quando se tem muita terra em poucas mãos e muitas mãos sem terra é óbvio que confrontos são inevitáveis, “e não sei por qual razão” a globo sempre omite essa informação e reduz a notícia ao “sanguinário” MST.
Vejamos! Se confrontos existem por causa do acúmulo de terra na mão de poucos, quem são os responsáveis pelo confronto? E infelizmente pelas mortes?
Sobre mortos, os trabalhadores rurais sem terra, sabem o quanto é dolorido a contagem daqueles que partiram de forma violenta, a diferença é que os responsáveis em sua maioria estão livres, e o que se divulga sobre o caso nem sempre é de acordo com o ocorrido, criando um sentimento de impunidade que gera cada vez mais violência.
Por essas e outras que o Ministro Gilmar Mendes a cada dia mostra sua cara e de que lado está.
Ao externar em cadeia nacional seu pensamento sobre o caso, fica evidente sua posição em avançar para a criminalização dos movimentos sociais, sem antes discutir os verdadeiros problemas que motivaram os fatos.
Ao querer pressionar o executivo para o cancelamento de repasse de verbas públicas para o movimento, sem antes discutir o mérito do assunto, evidencia que ainda em nosso país com raras exceções nossa justiça não é cega e tem lado.
Faltou o Ministro divulgar a quantia em bilhões que grandes proprietários de terras no Brasil ganham dos cofres públicos para manter suas propriedades, e com ela, muitas vezes, as condições dos trabalhadores que trabalham nessas terras.
Para acabar com a guerra no Campo, a justiça brasileira deveria ser séria em relação a reforma agrária, a mídia mais honesta com as reportagens, os donos de grandes propriedades menos insanos, o executivo mais rápido nessas questões, a população brasileira mais envolvida com esta causa com manifestações em favor da paz no campo com a profundidade que o assunto merece e o ministro Gilmar Mendes menos incompetente e mais imparcial.
Aliás, alguém ouviu falar de Daniel Dantas ultimamente???

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