quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Caravana “Projeto do PT para SC”

Neste ano, em que o PT comemora e reflete sobre os 10 anos de governo federal do partido, percebe-se avanços “como nunca antes na história do Brasil” e desafios de fazer avançar reformas estruturais.

Ao mesmo tempo, no estado de Santa Catarina, percebe-se que os governos não acompanharam a lógica nacional e isso trouxe conseqüências negativas, que somente um governo do PT poderá reverter.

Na economia, enquanto o país diversificou a balança comercial, especialmente com os BRICs e se protegeu da crise internacional, o estado de Santa Catarina manteve uma pauta de exportação focada nos EUA e Europa, perdeu mercado com a crise e ainda manteve políticas desindustrializantes (pró-emprego) com a redução de ICMS das importações. Com a aprovação de uma alíquota única, no Congresso Nacional em 2012, foi negociado um empréstimo para Santa Catarina de mais de sete bilhões, que serão pagos de 2017 em diante, ou seja, para remediar a incompetência da “política econômica estadual” criou-se uma dívida estatal para os próximos governos.

No aspecto social, Santa Catarina sempre vendeu uma imagem baseada em dados estatísticos (qualidade de vida, média de alfabetização, estado mais seguro do Brasil e outros) que escamoteiam contradições, como alto nível de evasão escolar no ensino médio (fase cuja responsabilidade é do governo do estado) baixos salários dos professores e péssima estrutura física das escolas. Na saúde falta tudo, o presidente da UNIMED virou secretário de saúde, faltam hospitais e recursos para atender as demandas e reduzir as filas, os salários se mantêm baixos, falta contratar mais profissionais para atender a demanda e a tão criticada “ambulancioterapia” continua mais ativa do que nunca. Na segurança pública, a vida real desmente os dados e expõe a falta de estrutura, de pessoal e de estratégia para esse setor, não fosse a Força de Segurança Nacional, o crime organizado ainda “estaria no comando” da segurança pública catarinense.

Na política, as oligarquias estão se perpetuando, ganharam o governo do estado no primeiro turno em 2010, ganharam grandes cidades em 2012, reabrigaram os sócios minoritários do PP no governo, convivendo com seu arqui-inimigo, o PMDB, controlam a mídia, o poder judiciário e outras forças da sociedade civil, formando um bloco de poder totalmente heterogêneo, unificado apenas pelo pragmatismo, pelo empreguismo e pela corrupção.

É num cenário destes que o PT é chamado a se posicionar, depois de um processo eleitoral que sofreu desgastes e teve dificuldade de unificar um discurso, o Partido dos Trabalhadores precisa definir seu rumo, ou seja, vai continuar confuso, vai tentar ser sócio do “chapão”, ou vai se colocar como alternativa? As eleições internas do PT em 2013 serão o palco deste debate, mas só terão sentido se for para afirmar um posicionamento político lúcido e claro pautado num projeto alternativo para Santa Catarina.

Escamotear esse debate, debater alianças, tentar impedir a discussão com “discurso papal” de unidade interna, todas essas alternativas já foram experimentadas e se mostraram pouco eficazes. O momento é de chamar as bases, ouvir os militantes, dialogar com a sociedade, colocar o pé na estrada e dar um ânimo novo para o PT, uma cara nova, capaz de fazer acreditar que o PT está vivo e disposto a continuar na luta por um projeto alternativo para Santa Catarina.

Por isso, saudamos a direção do PT que aprovou uma caravana de 33 encontros regionais, de 13 de março até 05 de maio, tendo como pauta um “Projeto para Santa Catarina”.

José Roberto Paludo

Secretário Geral do PT/SC



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